Projeto de ensino de LIBRAS

Projeto de ensino de LIBRAS
UFMS - como tudo começou!

domingo, 13 de julho de 2014

Relações entre o AEE e as reflexões do senhor Palomar de Italo Calvino

AEE: UM MODELO SEM MODELOS

Partindo da ideia apresentada pelo texto de Calvino pode-se afirmar que o Atendimento Educacional Especializado – AEE oferece ao profissional da educação a oportunidade de criar métodos de trabalho a cada nova realidade.
No texto "O modelo dos modelos", o senhor Palomar abandona a ideia do modelo ideal, geometricamente estabelecido, quando se depara com a realidade do ser humano que não permite um desenho perfeito da realidade. Daí a comparação com o AEE, que requer o estabelecimento de práticas que levem em consideração características particulares de cada diferente aluno atendido.
O profissional do AEE precisa atentar-se para a realidade social, educacional e cultural do estudante público alvo da Educação Especial. Qualquer que seja a necessidade desse aluno, ela não poderá se sobrepor às suas habilidades e potencialidades, deve ser trabalhada de forma única e de modo a oferecer novas possibilidades, que muitas vezes poderão ser totalmente contrárias às anteriormente estabelecidas.
Este profissional deve apresentar-se a cada novo trabalho com a mente vazia carregando apenas fragmentos de experiências anteriores que poderão servir de base para montar uma estratégia para aquela nova realidade, assim como esta poderá apresentar possibilidades de condutas em outras ocasiões, porém jamais servindo como uma cartilha que se segue sem observar além do que se vê.

domingo, 22 de junho de 2014

BAIXA TECNOLOGIA: RECURSOS E ESTRATÉGIAS PARA APOIAR O ALUNO COM TGD EM SEU DESENVOLVIMENTO

baixa tecnologia: recursos e estratégias PARA apoiar o aluno com TGD em seu desenvolvimento

                       
                    Pranchas de comunicação são excelentes alternativas didático-pedagógicas para o trabalho em comunicação e interação com pessoas que sofrem de Transtorno do Espectro Autista – TEA, pois facilitam o processo de comunicação e interação social, especialmente da criança em processo de alfabetização. O importante será a insistência no uso para criar situações de rotina necessárias ao processo de desenvolvimento cognitivo do estudante.
                      Por ser um recurso de baixa tecnologia, linguagem simples e de fácil manuseio em sua utilização, não exige da pessoa responsável por sua aplicação junto ao estudante com TEA muita habilidade e conhecimento, a questão estaria mais relacionada à paciência e boa vontade, devido ao perfil oscilante e incerto do estudante em relação ao retorno esperado durante a aplicação do recurso, do que às respostas por este oferecidas.
                        Conforme Sartoretto (2010) p. 9;
         Recursos de baixa tecnologia são os que podem ser construídos pelo professor do AEE e disponibilizados ao aluno que os utiliza na sala comum ou nos locais onde ele tiver necessidade deles.

     A autora, na mesma página, salienta ainda que;

Para descrever a utilização de recursos pedagógicos de acessibilidade na escola, temos de estar atentos às características do aluno, à atividade proposta pelo professor e aos objetivos educacionais pretendidos na atividade em questão.

     Assim é necessário entender que a função desse recurso pedagógico, normalmente, desenvolvido pelo professor do AEE, que parece ser comum e corriqueiro em seu uso, visa atender especificidades individuais relacionadas às necessidades particulares e ao desenvolvimento de cada pessoa, sendo necessário que cada prancha seja desenvolvida de acordo com características e necessidades individuais do educando. 
     De acordo com informações do site Tecnologia Assistiva e demais referências as pranchas de comunicação podem ser construídas utilizando-se objetos ou símbolos, letras, sílabas, palavras, frases ou números. As pranchas são personalizadas e devem considerar as possibilidades cognitivas, visuais e motoras de seu usuário.
    Essas pranchas podem estar soltas ou agrupadas em álbuns ou cadernos. O indivíduo vai olhar, apontar ou ter a informação apontada pelo parceiro de comunicação dependendo de sua condição motora. Devido a sua funcionalidade pode ser utilizada de acordo com diversas necessidades e em vários ambientes ou espaços como escola, terapia, em casa.


Pranchas de comunicação 




Prancha de Letras


Essa prancha é utilizada para que o aluno possa escrever e comunicar o que deseja através do apontamento das letras na prancha. (Sartoretto, 2010, p. 11).



A imagem acima sugere que prancha também pode ser utilizada como suporte na contação de histórias. Os símbolos utilizados na história servem de referência  nas atividades de interpretação e reconto. (Sartoretto, 2010, p. 18).


Referências

BELISÁRIO FILHO, J.F. A educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar: transtornos globais do desenvolvimento/José Ferreira Belisário Filho, Patrícia Cunha - Brasília: MEC, SEESP, Fortaleza: UFC, 2010, V. 9 

SARTORETTO, Mara Lúcia. A educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar: recursos pedagógicos acessíveis e comunicação aumentativa e alternativa/Mara Lúcia Sartoretto, Rita de Cássia Reckziegel Bersch - Brasília: MEC, SEESP, Fortaleza: UFC, 2010, V. 6 

Tecnologia Assistiva - Miryam Pelosi. Disponível em: < http://www.comunicacaoalternativa.com.br > . Acesso em 22/06/2014.

domingo, 18 de maio de 2014

SURDOCEGUEIRA E DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA - DMU: DESAFIOS PARA O EDUCADOR

SURDOCEGUEIRA E DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA - DMU: DESAFIOS PARA O EDUCADOR

A presença de alunos com algum tipo de deficiência tem se tornado comum e já não é um tabu ou empecilho para o desenvolvimento de atividades pedagógicas inclusivas na escola. Com o passar do tempo a comunidade escolar aprendeu (e continua aprendendo) a lidar com as limitações, sejam físicas, sensoriais, motoras ou cognitivas. Ações e políticas voltadas para a inclusão de pessoas com deficiência têm surtido efeitos positivos na rotina escolar. Alunos com surdez, cegueira, paralisia cerebral e outras limitações têm encontrado, na escola, profissionais preocupados em lhes proporcionar uma aprendizagem que ofereça o mesmo conteúdo que aos demais, porém de forma adaptada às suas necessidades. No entanto, existem dois tipos de deficiência que requerem uma atenção diferenciada em relação às demais: surdocegueira e deficiência múltipla.
Neste momento se faz necessário definir surdocegueira e deficiência múltipla. Segundo Lagati (1995, p.306. In Bosco, 2010)

Surdocegueira é uma condição que apresenta outras dificuldades além daquelas causadas pela cegueira e pela surdez. O termo hifenizado indica uma condição que somaria as dificuldades da surdez e da cegueira. A palavra sem hífen indicaria uma diferença, uma condição única e o impacto da perda dupla é multiplicativo e não aditivo.

McInnes (1999) define surdocegueira como “uma deficiência única que requer uma abordagem específica para favorecer a pessoa com surdocegueira e um sistema para dar este suporte”. (Bosco, 2010). Além disso ele subdivide as pessoas com surdocegueira e quatro grupos:

·         Indivíduos que eram cegos e se tornaram surdos;
·         Indivíduos que eram surdos e se tornaram cegos;
·         Indivíduos que se tornaram surdocegos;
·         Indivíduos que nasceram ou adquiriram surdocegueira precocemente.

O autor explica ainda que pessoas que adquiriram surdocegueira precocemente ou de forma congênita têm deficiências associadas como físicas ou intelectuais.

 Pessoas com deficiência múltipla são aquelas que "têm mais de uma deficiência associada. É uma condição heterogênea que identifica diferentes grupos de pessoas, revelando associações diversas de deficiências que afetam, mais ou menos intensamente, o funcionamento individual e o relacionamento social" (MEC/SEESP, 2002. In Bosco, 2010 ).
Por sua natureza, a deficiência múltipla impõe aos profissionais de educação a necessidade de elaborar ações que visem o desenvolvimento de situações de aprendizagem capazes de proporcionar resultados positivos dentro de um processo amplo de inclusão. Esses alunos apresentam características específicas com necessidades únicas.

A partir dessas definições, espera-se que, ao entrar em uma sala de aula e se deparar com um aluno com surdocegueira ou deficiência múltipla, o professor deve estabelecer, junto com o profissional especializado que o acompanha, estratégias de ensino que respeitem as limitações, desenvolvam processos que estimulem e privilegiem as potencialidades, ao mesmo tempo em que possa minimizar as barreiras colocadas pelas limitações, sejam físicas, cognitivas, sensoriais ou motoras.
Segundo Bosco (2010),

Todas as interações de comunicação e atividades de aprendizagem devem respeitar a individualidade e a dignidade de cada aluno com deficiência múltipla. Isto se refere a pessoas que possuem como característica a necessidade de ter alguém que possa mediar seu contato com o meio. Assim, ocorrerá o estabelecimento de códigos comunicativos entre o deficiente múltiplo e o receptor. Esse mediador terá a responsabilidade de ampliar o conhecimento do mundo ao redor dessa pessoa, visando a lhe proporcionar autonomia e independência.

Portanto, a comunicação é um dos pilares para o desenvolvimento cognitivo e social de uma pessoa com deficiência múltipla ou surdo cegueira. Outro aspecto importante é o posicionamento. Para a mesma  autora,

É indispensável uma boa adequação postural. Trata-se de colocar o aluno sentado na cadeira de rodas ou em uma cadeira comum ou, ainda, deitado de maneira confortável em sala de aula para que possa fazer uso de gestos ou movimentos com os quais tenham a intenção de comunicar-se e desfrutar das atividades propostas.

Para Bosco, além disso, é importante que se proporcione ao aluno com deficiência múltipla ou surdocegueira momentos em que o esquema corporal seja favorecido no sentido de se posicionar em relação ao ambiente de forma a “buscar a sua verticalidade, o equilíbrio postural, a articulação e a harmonização de seus movimentos; a autonomia em deslocamentos e movimentos; o aperfeiçoamento das coordenações viso motora, motora global e fina; e o desenvolvimento da força muscular." (Bosco, 2010.)

Referências

BOSCO, Ismênia C. M. G.; MESQUITA, Sandra R. S. H.; MAIA, Shirley R. Coletânea UFC-MEC/2010: A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar - Fascículo 05: Surdocegueira e Deficiência Múltipla. 

IKONOMIDIS, Vula Maria. Apostila sobre “Deficiência Múltipla Sensorial”,2010 sem publicar.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Descrição e Audiodescrição - Aprenda Libras






O propósito do material sugerido é chamar a atenção para a possibilidade de pessoas cegas ou com baixa-visão, que podem ou não vir a tornar-se surdocegas, da compreensão, confecção e execução da Libras como recurso possível também para quem não enxerga ou tem dificuldades em enxergar.
O material sugerido como recurso pedagógico com audiodescrição - AD trata-se da sequência de três vídeos que ensinam o alfabeto manual da Língua Brasileira de Sinais. Estão disponíveis no site youtube.com no canal do programa Sentidos, que é produzido pela ONG AVAPE (Associação para a valorização da pessoa com deficiência).
De acordo com DOMINGUES (2010, P.45) “[...]a disponibilidade de recursos tecnológicos específicos para pessoas cegas; a produção de livros em formato acessível; e a inserção do recurso de audiodescrição no cinema, na televisão, no teatro, em espetáculos e em outras atividades eminentemente visuais representam a produção de uma nova cultura de valorização das diferenças e de inclusão social.” Deste modo, espera-se que a divulgação dos vídeos indicados provoque nos educadores e nas pessoas interessadas no assunto a consciência de que quando se quer realmente fazer algo capaz de provocar mudanças e atribuir sentido, seja na educação de pessoas cegas ou com baixa visão ou de pessoas com outras necessidades educacionais específicas,  basta um pouco de conhecimento e estudos técnico-científicos e boa vontade que podemos perceber que toda realidade pode ser possível e viável.

Referências:
DOMINGUES, Celma dos Anjos [et al]. A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar: os alunos com deficiência visual: baixa visão e cegueira. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial; [Fortaleza]: Universidade Federal do Ceará, 2010. Disponível em http://ramec.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=1828&Itemid=1. Acesso em 12/12/2013.

Link dos vídeos: http://www.youtube.com/user/tvsentidosAcesso em 12/12/2013.

domingo, 20 de outubro de 2013

Atividades para usar com estudantes Deficientes Intelectuais

Para estimular a mente de alunos com deficiência o professor deve entender as dificuldades dos estudantes com limitações de raciocínio e desenvolver formas criativas para auxiliá-los. 
CONCENTRAÇÃO Enquanto a turma lê fábulas, 
Moisés faz desenhos sobre o tema para exercitar o foco. 
Foto: Tatianal Cardeal

O que é a deficiência intelectual?
É a limitação em pelo menos duas das seguintes habilidades: comunicação, autocuidado, vida no lar, adaptação social, saúde e segurança, uso de recursos da comunidade, determinação, funções acadêmicas, lazer e trabalho. O termo substituiu "deficiência mental" em 2004, por recomendação da Organização das Nações Unidas (ONU), para evitar confusões com "doença mental", que é um estado patológico de pessoas que têm o intelecto igual da média, mas que, por algum problema, acabam temporariamente sem usá-lo em sua capacidade plena. As causas variam e são complexas, englobando fatores genéticos, como a síndrome de Down, e ambientais, como os decorrentes de infecções e uso de drogas na gravidez, dificuldades no parto, prematuridade, meningite e traumas cranianos. Os Transtornos Globais de Desenvolvimento (TGDs), como o autismo, também costumam causar limitações. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 5% da população mundial tem alguma deficiência intelectual.