Professora, intérprete educacional e pesquisadora na área de surdez, Cultura Surd@ e bilinguismo. Licenciada em Pedagogia e pós-graduada em "Gestão Escolar e Coordenação Pedagógica" e em "Libras para a Prática da Educação Inclusiva na Formação do Intérprete", atualmente organiza, coordena e ministra cursos de baixa e média complexibilidade - objetivando difundir e divulgar a Língua Brasileira de Sinais e a condição da Pessoa Surda nos mais diversos espaços sociais.
Projeto de ensino de LIBRAS
sexta-feira, 1 de maio de 2020
quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020
domingo, 13 de julho de 2014
Relações entre o AEE e as reflexões do senhor Palomar de Italo Calvino
AEE: UM
MODELO SEM MODELOS
Partindo da
ideia apresentada pelo texto de Calvino pode-se afirmar que o Atendimento Educacional
Especializado – AEE oferece ao profissional da educação a oportunidade de criar
métodos de trabalho a cada nova realidade.
No texto "O modelo dos modelos", o
senhor Palomar abandona a ideia do modelo ideal, geometricamente estabelecido,
quando se depara com a realidade do ser humano que não permite um desenho
perfeito da realidade. Daí a comparação com o AEE, que requer o estabelecimento
de práticas que levem em consideração características particulares de cada
diferente aluno atendido.
O
profissional do AEE precisa atentar-se para a realidade social, educacional e
cultural do estudante público alvo da Educação Especial. Qualquer que seja a
necessidade desse aluno, ela não poderá se sobrepor às suas habilidades e
potencialidades, deve ser trabalhada de forma única e de modo a oferecer novas
possibilidades, que muitas vezes poderão ser totalmente contrárias às
anteriormente estabelecidas.
Este profissional deve apresentar-se a cada novo trabalho com a mente vazia
carregando apenas fragmentos de experiências anteriores que poderão servir de
base para montar uma estratégia para aquela nova realidade, assim como esta
poderá apresentar possibilidades de condutas em outras ocasiões, porém jamais
servindo como uma cartilha que se segue sem observar além do que se vê.
domingo, 22 de junho de 2014
BAIXA TECNOLOGIA: RECURSOS E ESTRATÉGIAS PARA APOIAR O ALUNO COM TGD EM SEU DESENVOLVIMENTO
baixa tecnologia: recursos e estratégias PARA apoiar o aluno com TGD em
seu desenvolvimento
Pranchas
de comunicação são excelentes alternativas didático-pedagógicas para o trabalho
em comunicação e interação com pessoas que sofrem de Transtorno do Espectro
Autista – TEA, pois facilitam o processo de comunicação e interação social,
especialmente da criança em processo de alfabetização. O importante será a insistência
no uso para criar situações de rotina necessárias ao processo de
desenvolvimento cognitivo do estudante.
Por
ser um recurso de baixa tecnologia, linguagem simples e de fácil manuseio em
sua utilização, não exige da pessoa responsável por sua aplicação junto ao
estudante com TEA muita habilidade e conhecimento, a questão estaria mais
relacionada à paciência e boa vontade, devido ao perfil oscilante e incerto do
estudante em relação ao retorno esperado durante a aplicação do recurso, do que
às respostas por este oferecidas.
Conforme
Sartoretto (2010) p. 9;
Recursos de baixa tecnologia são os que
podem ser construídos pelo professor do AEE e disponibilizados ao aluno que os
utiliza na sala comum ou nos locais onde ele tiver necessidade deles.
A autora, na mesma página,
salienta ainda que;
Para
descrever a utilização de recursos pedagógicos de acessibilidade na escola,
temos de estar atentos às características do aluno, à atividade proposta pelo
professor e aos objetivos educacionais pretendidos na atividade em questão.
Assim é necessário entender
que a função desse recurso pedagógico, normalmente, desenvolvido pelo professor
do AEE, que parece ser comum e corriqueiro em seu uso, visa atender especificidades
individuais relacionadas às necessidades particulares e ao desenvolvimento de
cada pessoa, sendo necessário que cada prancha seja desenvolvida de acordo com características
e necessidades individuais do educando.
De acordo com informações do site
Tecnologia Assistiva e demais referências as pranchas de comunicação podem ser
construídas utilizando-se objetos ou símbolos, letras, sílabas, palavras,
frases ou números. As pranchas são personalizadas e devem considerar as
possibilidades cognitivas, visuais e motoras de seu usuário.
Essas pranchas podem estar
soltas ou agrupadas em álbuns ou cadernos. O indivíduo vai olhar, apontar ou
ter a informação apontada pelo parceiro de comunicação dependendo de sua
condição motora. Devido a sua funcionalidade pode ser utilizada de acordo com
diversas necessidades e em vários ambientes ou espaços como escola, terapia, em
casa.
Pranchas de comunicação
Prancha de Letras
Essa prancha é utilizada para que o aluno possa escrever e comunicar o
que deseja através do apontamento das letras na prancha. (Sartoretto, 2010, p.
11).
A imagem acima sugere que prancha também pode ser utilizada como suporte
na contação de histórias. Os
símbolos utilizados na história servem de referência nas atividades de interpretação e reconto. (Sartoretto,
2010, p. 18).
Referências
BELISÁRIO
FILHO, J.F. A educação Especial na
Perspectiva da Inclusão Escolar: transtornos globais do
desenvolvimento/José Ferreira Belisário Filho, Patrícia Cunha - Brasília: MEC, SEESP,
Fortaleza: UFC, 2010, V. 9
SARTORETTO, Mara
Lúcia. A educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar: recursos
pedagógicos acessíveis e comunicação aumentativa e alternativa/Mara Lúcia
Sartoretto, Rita de Cássia Reckziegel Bersch - Brasília: MEC, SEESP,
Fortaleza: UFC, 2010, V. 6
Tecnologia Assistiva - Miryam
Pelosi. Disponível em: < http://www.comunicacaoalternativa.com.br > . Acesso
em 22/06/2014.
domingo, 18 de maio de 2014
SURDOCEGUEIRA E DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA - DMU: DESAFIOS PARA O EDUCADOR
SURDOCEGUEIRA E DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA - DMU:
DESAFIOS PARA O EDUCADOR
A presença de
alunos com algum tipo de deficiência tem se tornado comum e já não é um tabu ou
empecilho para o desenvolvimento de atividades pedagógicas inclusivas na escola.
Com o passar do tempo a comunidade escolar aprendeu (e continua aprendendo) a
lidar com as limitações, sejam físicas, sensoriais, motoras ou cognitivas. Ações
e políticas voltadas para a inclusão de pessoas com deficiência têm surtido
efeitos positivos na rotina escolar. Alunos com surdez, cegueira, paralisia
cerebral e outras limitações têm encontrado, na escola, profissionais
preocupados em lhes proporcionar uma aprendizagem que ofereça o mesmo conteúdo
que aos demais, porém de forma adaptada às suas necessidades. No entanto, existem
dois tipos de deficiência que requerem uma atenção diferenciada em relação às
demais: surdocegueira e deficiência múltipla.
Neste momento
se faz necessário definir surdocegueira e deficiência múltipla. Segundo Lagati
(1995, p.306. In Bosco, 2010)
Surdocegueira é uma condição que apresenta outras
dificuldades além daquelas causadas pela cegueira e pela surdez. O termo
hifenizado indica uma condição que somaria as dificuldades da surdez e da
cegueira. A palavra sem hífen indicaria uma diferença, uma condição única e o
impacto da perda dupla é multiplicativo e não aditivo.
McInnes
(1999) define surdocegueira como “uma deficiência única que requer uma abordagem
específica para favorecer a pessoa com surdocegueira e um sistema para dar este
suporte”. (Bosco, 2010). Além disso ele subdivide as pessoas com
surdocegueira e quatro grupos:
·
Indivíduos que eram cegos e se tornaram surdos;
·
Indivíduos que eram surdos e se tornaram cegos;
·
Indivíduos que se tornaram surdocegos;
·
Indivíduos que nasceram ou adquiriram surdocegueira
precocemente.
O autor explica ainda
que pessoas que adquiriram surdocegueira precocemente ou de forma congênita têm
deficiências associadas como físicas ou intelectuais.
Pessoas com deficiência
múltipla são aquelas que "têm mais de uma deficiência associada. É uma
condição heterogênea que identifica diferentes grupos de pessoas, revelando
associações diversas de deficiências que afetam, mais ou menos intensamente, o
funcionamento individual e o relacionamento social" (MEC/SEESP, 2002. In
Bosco, 2010 ).
Por sua natureza, a deficiência múltipla impõe aos
profissionais de educação a necessidade de elaborar ações que visem o
desenvolvimento de situações de aprendizagem capazes de proporcionar resultados
positivos dentro de um processo amplo de inclusão. Esses alunos apresentam
características específicas com necessidades únicas.
A partir dessas definições, espera-se que, ao entrar em uma
sala de aula e se deparar com um aluno com surdocegueira ou deficiência
múltipla, o professor deve estabelecer, junto com o profissional especializado
que o acompanha, estratégias de ensino que respeitem as limitações, desenvolvam
processos que estimulem e privilegiem as potencialidades, ao mesmo tempo em que
possa minimizar as barreiras colocadas pelas limitações, sejam físicas, cognitivas,
sensoriais ou motoras.
Segundo Bosco (2010),
Todas as interações de comunicação e atividades de aprendizagem devem respeitar
a individualidade e a dignidade de cada aluno com deficiência múltipla. Isto se
refere a pessoas que possuem como característica a necessidade de ter alguém
que possa mediar seu contato com o meio. Assim, ocorrerá o estabelecimento de
códigos comunicativos entre o deficiente múltiplo e o receptor. Esse mediador
terá a responsabilidade de ampliar o conhecimento do mundo ao redor dessa pessoa,
visando a lhe proporcionar autonomia e independência.
Portanto,
a comunicação é um dos pilares para o desenvolvimento cognitivo e social de uma
pessoa com deficiência múltipla ou surdo cegueira. Outro aspecto importante é o
posicionamento. Para a mesma autora,
É indispensável uma boa adequação postural. Trata-se de colocar o aluno
sentado na cadeira de rodas ou em uma cadeira comum ou, ainda, deitado de
maneira confortável em sala de aula para que possa fazer uso de gestos ou
movimentos com os quais tenham a intenção de comunicar-se e desfrutar das
atividades propostas.
Para Bosco, além disso, é importante que se proporcione
ao aluno com deficiência múltipla ou surdocegueira momentos em que o esquema
corporal seja favorecido no sentido de se posicionar em relação ao ambiente de
forma a “buscar a sua verticalidade, o
equilíbrio postural, a articulação e a harmonização de seus movimentos; a
autonomia em deslocamentos e movimentos; o aperfeiçoamento das coordenações viso
motora, motora global e fina; e o desenvolvimento da força muscular."
(Bosco, 2010.)
Referências
BOSCO, Ismênia C. M. G.; MESQUITA, Sandra R. S. H.; MAIA,
Shirley R. Coletânea
UFC-MEC/2010: A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar - Fascículo 05: Surdocegueira e Deficiência
Múltipla.
IKONOMIDIS, Vula Maria. Apostila
sobre “Deficiência Múltipla Sensorial”,2010 sem publicar.
domingo, 15 de dezembro de 2013
Descrição e Audiodescrição - Aprenda Libras
O
propósito do material sugerido é chamar a atenção para a possibilidade de
pessoas cegas ou com baixa-visão, que podem ou não vir a tornar-se surdocegas,
da compreensão, confecção e execução da Libras como recurso possível também
para quem não enxerga ou tem dificuldades em enxergar.
O
material sugerido como recurso pedagógico com audiodescrição - AD trata-se da sequência
de três vídeos que ensinam o alfabeto manual da Língua Brasileira de Sinais. Estão
disponíveis no site youtube.com no canal do programa Sentidos, que é
produzido pela ONG AVAPE (Associação para a valorização da pessoa com deficiência).
De
acordo com DOMINGUES (2010, P.45) “[...]a disponibilidade de recursos
tecnológicos específicos para pessoas cegas; a produção de livros em formato
acessível; e a inserção do recurso de audiodescrição no cinema, na televisão,
no teatro, em espetáculos e em outras atividades eminentemente visuais representam
a produção de uma nova cultura de valorização das diferenças e de inclusão social.”
Deste modo, espera-se que a divulgação dos vídeos indicados provoque nos
educadores e nas pessoas interessadas no assunto a consciência de que quando se
quer realmente fazer algo capaz de provocar mudanças e atribuir sentido, seja
na educação de pessoas cegas ou com baixa visão ou de pessoas com outras
necessidades educacionais específicas, basta
um pouco de conhecimento e estudos técnico-científicos e boa vontade que
podemos perceber que toda realidade pode ser possível e viável.
Referências:
DOMINGUES, Celma dos Anjos [et al]. A Educação Especial
na Perspectiva da Inclusão Escolar: os alunos com deficiência visual: baixa visão
e cegueira. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial;
[Fortaleza]: Universidade Federal do Ceará, 2010. Disponível em http://ramec.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=1828&Itemid=1.
Acesso em 12/12/2013.
domingo, 20 de outubro de 2013
Atividades para usar com estudantes Deficientes Intelectuais
Para estimular a mente de alunos com deficiência o professor deve entender as dificuldades dos estudantes com limitações de raciocínio e desenvolver formas criativas para auxiliá-los.
CONCENTRAÇÃO Enquanto a turma lê fábulas,
Moisés faz desenhos sobre o tema para exercitar o foco.
Foto: Tatianal Cardeal
O que é a deficiência
intelectual?
É a
limitação em pelo menos duas das seguintes habilidades: comunicação,
autocuidado, vida no lar, adaptação social, saúde e segurança, uso de recursos
da comunidade, determinação, funções acadêmicas, lazer e trabalho. O termo
substituiu "deficiência mental" em 2004, por recomendação da
Organização das Nações Unidas (ONU), para evitar confusões com "doença
mental", que é um estado patológico de pessoas que têm o intelecto igual
da média, mas que, por algum problema, acabam temporariamente sem usá-lo em sua
capacidade plena. As causas variam e são complexas, englobando fatores
genéticos, como a síndrome de Down, e ambientais, como os decorrentes de
infecções e uso de drogas na gravidez, dificuldades no parto, prematuridade,
meningite e traumas cranianos. Os Transtornos Globais de Desenvolvimento
(TGDs), como o autismo, também costumam causar limitações. De acordo com a
Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 5% da população mundial tem alguma
deficiência intelectual.
Com adaptações de: http://revistaescola.abril.com.br/inclusao/educacao-especial/formas-criativas-estimular-mente-deficientes-intelectuais-476406.shtml
(Acesso em 20 out. 2013).
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